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Atualizado: 11-10-2024 | Tempo de leitura: 3 minutos

Com fracasso de vice e secretária, Jerônimo coleciona derrotas em eleições na Bahia

Fracasso de Jerônimo RodriguesCom a força da máquina do governo estadual em mãos, a expectativa era que o governador Jerônimo Rodrigues (PT) apresentasse um bom desempenho nas eleições municipais deste ano. No entanto, o líder petista acumulou derrotas significativas em diversas cidades na Bahia. No grupo dos 20 maiores municípios, por exemplo, a base governista venceu apenas em seis – contra 13 do grupo da oposição, liderado pelo ex-prefeito soteropolitano ACM Neto (União Brasil).

Em Salvador, maior colégio eleitoral da Bahia, a derrota foi esmagadora. Pela primeira vez em 18 anos de governos petistas no estado, o grupo alcançou unidade política na capital e lançou apenas o vice-governador Geraldo Júnior (MDB) como candidato único ao Palácio Thomé de Souza.

O emedebista, no entanto, não deslanchou e teve o pior desempenho de candidatos da base petista desde 2008: recebeu apenas 10,33% dos votos válidos e ficou em terceiro lugar. Apesar deste enorme fracasso, Jerônimo minimizou a derrota e disse que ele e seus aliados saíram “vitoriosos”.

“Nós saímos vitoriosos. Qual o objetivo, inicialmente, de uma eleição? Fazer o debate em torno de um programa de governo. Nós fizemos. Eu não vejo como uma derrota. Vejo como coragem nossa para botar nomes para fazer enfrentamento a um projeto”, declarou.

A oposição tem tentado “colar” no governador a pecha de grande derrotado nas eleições. “O principal derrotado da eleição é ele (Jerônimo). Afinal de contas, o vice-governador dele, o candidato dele, ficou em terceiro lugar na eleição”, declarou o vice-presidente do União Brasil, ACM Neto.

Outros fiascos - Na cidade de Feira de Santana, no centro norte, o ex-prefeito José Ronaldo (União Brasil) derrotou o candidato de Jerônimo, Zé Neto (PT), com 50,32% dos votos e comandará o Executivo municipal pela quinta vez.

Neste ano, inclusive, Zé Neto sequer levou a eleição para o segundo turno, como fez em 2020 quando foi apoiado pelo então ex-governador (e atual ministro da Casa Civil) Rui Costa (PT). Naquele pleito, ele perdeu para o atual prefeito Colbert Martins (MDB). Com 426,8 mil eleitores, a Princesinha do Sertão é o segundo maior colégio eleitoral do estado.

Há quase 400 quilômetros de Feira de Santana, em Ilhéus, no sul da Bahia, Jerônimo Rodrigues também assistiu sua ex-secretária de Educação amargar uma derrota. Adélia Pinheiro (PT), que deixou a pasta em meio a polêmica da portaria da aprovação automática de estudantes, perdeu para Valderico Júnior (União Brasil), que teve 43,24% dos votos válidos. Ela liderou pesquisas de opinião em boa parte da campanha, mas obteve só 40,49% dos sufrágios.

Na Região Metropolitana de Salvador, mais um secretário de Jerônimo corre o risco de sair das urnas como derrotado. Ex-titular da pasta de Relações Institucionais (Serin), Luiz Caetano (PT) também esteve à frente em sondagens de opinião e dizia que venceria o pleito no primeiro turno. Mas os apoios a ele foram derretendo e terá que disputar o segundo turno contra Flávio Matos (União Brasil) no próximo dia 27 de outubro.

Se não vencer em Camaçari, o PT - partido do governador - encerra a corrida eleitoral no estado sem vencer nenhuma das 20 maiores cidades, que representam 40% do eleitorado do estado. Além de sofrer revés nesses municípios, Jerônimo saiu desgastado politicamente com aliados, como PSD e PCdoB.

Em Jacobina e Juazeiro, que tinha mais de uma candidatura governista, o chefe do Palácio de Ondina decidiu escolher uma e acabou desagradando interesses de membros do PSD e PCdoB, que reclamaram publicamente do governador. Petistas também ficaram furiosos com Jerônimo. Em Jeremoabo, a fúria foi tamanha que a militância do partido jogou ovos nele em um ato eleitoral.

Durante uma carreata na cidade que fica no norte baiano, Jerônimo Rodrigues foi atingido por uma ovada. Após a ocorrência, ele correu e entrou em um carro para deixar o local. Candidato apoiado por ele em Jeremoabo, Matheus de Deri (PP) perdeu para Tista de Deda por 47% a 39%.

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