Mais da metade das crianças vive em situação de pobreza na Bahia
Em 2023, mais da metade de crianças e adolescentes viviam com alguma privação na Bahia. São 2,4 milhões de meninos e meninas, entre 0 e 17 anos, que possuem algum tipo de restrição ou não têm direitos básicos, como acesso à educação, água e saneamento - o segundo maior número do país, atrás apenas de São Paulo (3,3 mi). Os dados são do estudo Pobreza Multidimensional na Infância e Adolescência no Brasil – 2017 a 2023, divulgado pelo Unicef na última quinta-feira (10).
O relatório foi elaborado com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PnadC) e analisa sete dimensões básicas de direitos: renda, educação, informação, água, saneamento, moradia e proteção contra o trabalho infantil. A dimensão de alimentação também foi avaliada a partir da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF). Esta é a quarta edição desta pesquisa.
Os piores índices da Bahia estão relacionados com a educação e o trabalho infantil. O estado ocupa a vice-liderança nos dois pilares. Ao todo, 364 mil pessoas, entre 0 e 17 anos, sofriam restrição na educação - não frequentavam a escola ou frequentavam com atraso. No total, 112,4 mil pessoas dessa faixa etária exercem algum tipo de trabalho infantil.
No quesito moradia, a Bahia ocupa a quarta posição: 212 mil crianças e adolescentes tem privação intermediária. Ou seja, residem em com até quatro pessoas por dormitório, ou em moradia cujas paredes e teto são de material inadequado (ex. madeira aproveitada).São Paulo (800 mil), Rio de Janeiro (335 mil) e Pará (265 mil) completam a lista.
Quando o assunto é saneamento básico, os índices também não alarmantes. O estado baiano tem o segundo pior número, com 1,4 milhão com restrição intermediária. Isso significa que pessoas entre 0 a 17 anos residem em moradinha com banheiro compartilhado com pessoas de fora do domicílio ou com fossa rudimentar. Só está pior que a Bahia, o Pará, com 1,69 milhões de crianças e adolescentes nesta situação.