Advogado executado a tiros em Conceição do Coité acusou irmãos em vídeo; veja
O advogado que foi assassinado na manhã desta terça-feira (11) em Conceição do Coité, na região sisaleira, gravou um vídeo no ano passado em que diz que se sentia ameaçado. "Se me matarem foi a mando deles", diz Elido Ernesto Reyes Junior, 53 anos, citando os dois irmãos e um inquilino que mora no prédio deixado no espólio do pai dele.
Na gravação, o advogado se atrapalha e registra a data como 25 de dezembro de 2025. "Estou fazendo esse vídeo como registro porque me sinto ameaçado", inicia ele. O advogado explica que tem problemas com dois irmãos. O irmão, diz, o acusou de agredir a mãe. "Minha mãe tem Alzheimer, eles interditaram minha mãe em Salvador, apesar dela morar aqui", denunciou.
Ele relata que outro conflito envolvia o prédio deixado pelo pai. Ele teria doado a parte dele para a mãe, mas a irmão preferiu manter o que era de direito dele. Depois, Elido acabou comprando uma parte do imóvel. Recentemente, uma confusão se criou envolvendo um homem que chama de "forasteiro" de Madre de Deus e "suposto inquilino" do irmão.
O inquilino do irmão, diz, é oficial de um cartório e o teria ameaçado acompanhado por um homem armado com faca, porque queria usar o andar de Elido no prédio para abrir uma academia. "Eu espero nunca usar esse vídeo, estou distribuindo para algumas pessoas. Mas se me matarem, ou tiver morte inexplicável, foi a mando deles", diz citando os nomes.
Antes do vídeo circular nas redes sociais, a mulher do advogado esteve no local do crime e, aos prantos, revelou que o marido teria relatado que estaria sofrendo ameaças e que o depoimento 'rodaria' a internet. "Meu marido tem um vídeo que vai rodar na internet, da ameaça. Ele tem uma declaração da OAB, que ele fez", bradou a esposa.
A Polícia Civil não revelou qual a linha de investigação. Ernesto estava dirigindo o veículo por volta das 9h, na Rua Bailon Lopes Carneiro, no Centro da cidade, quando um homem de moto aproximou-se do veículo e disparou. O advogado morreu ainda no local. A rua estava movimentada no momento do crime, mas não houve outros feridos. A morte teve indícios de execução. O caso é investigado pela delegacia da cidade.
Elido era advogado desde 1998 e atuava nas áreas criminal, trabalhista e direito do consumidor.