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Atualizado: 16-04-2025 | Tempo de leitura: 3 minutos

Agricultora de Itaberaba tem processo de beatificação iniciado pelo Vaticano

A agricultora Maria Milza dos Santos Fonseca, que viveu em Itaberaba, a 229 km Serrinha, teve o processo de beatificação autorizado pelo Vaticano, em Roma. A partir de agora, ela já pode ser chamada oficialmente de Serva de Deus, primeiro passo no caminho para possível canonização.

O anúncio foi feito na terça-feira (15), após o recebimento da carta oficial do Dicastério para as Causas dos Santos, órgão responsável pela condução das causas de canonização na Igreja Católica, assinada pelo cardeal Marcellus Semeraro, prefeito da Congregação. O documento confirma que não há impedimentos para que o processo prossiga.

O pedido foi feito pelo bispo da Diocese de Ruy Barbosa, Dom Estevam dos Santos Silva Filho, em agosto de 2024. A resposta oficial do Vaticano chegou em fevereiro deste ano e foi anunciada publicamente nesta semana, com grande comoção entre fiéis da região.

A primeira etapa do processo será a fase diocesana, que começa no dia 15 de agosto de 2025, data que marca os 102 anos do nascimento de Maria Milza. A cerimônia ocorrerá no povoado de Alagoas onde ela morava, e um tribunal eclesiástico será responsável por conduzir a investigação sobre sua vida e virtudes.

Esse tribunal será responsável por reunir testemunhos, documentos e relatos sobre a vida e as virtudes de Maria Milza, além de investigar possíveis graças ou milagres atribuídos à intercessão dela.

Com a autorização do Vaticano e o início da fase diocesana, a causa seguirá conforme as “Normas a serem seguidas nas Inquirições a serem feitas pelos Bispos nas Causas dos Santos”, publicadas pelo próprio Dicastério em 1983.

Se, após a análise, for reconhecida a vivência de virtudes heroicas e a comprovação de um milagre, Maria Milza poderá ser declarada Beata. A canonização, que a tornaria oficialmente santa, exige um segundo milagre após a beatificação.

Enquanto isso, a Diocese convida os fiéis a se unirem em oração. “Com fé e esperança, seguimos firmes neste caminho, confiantes na intercessão da nossa querida Mãezinha”, diz o comunicado oficial da Diocese.

Nascida em 15 de agosto de 1923, na comunidade de Alagoas, Maria Milza era a caçula de 12 irmãos e cresceu em um lar de agricultores. Desde jovem, se destacou pela vida de oração, solidariedade e dedicação aos mais pobres.

Mesmo com poucos recursos, dividia tudo o que tinha com quem mais precisava. Trabalhava na casa de farinha da família e oferecia alimentos como beiju e farinha de mandioca a moradores em situação de fome. Caminhava por longas distâncias para visitar doentes e levava consolo espiritual, orações e medicamentos.

Além disso, alfabetizava crianças da comunidade usando cartilhas católicas, ensinando leitura, escrita e valores cristãos. Sua casa virou ponto de referência para fiéis em busca de orientação e apoio. Seu exemplo de fé e solidariedade tornou referência na região.

Ela faleceu em 17 de dezembro de 1993, mas a devoção popular continua viva. O túmulo de Maria Milza, localizado na capela de Santo Antônio, na comunidade de Alagoas, se transformou em um local de peregrinação para fiéis de várias regiões.

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