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Atualizado: 10-06-2025 | Tempo de leitura: 3 minutos

Bolsonaro se desculpa com Moraes por insinuar que ministros do STF levaram dinheiro nas eleições

Bolsonaro se desculpa com Moraes por insinuar que ministros do STF levaram dinheiro nas eleiçõesO ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, em interrogatório no Supremo Tribunal Federal (STF), nesta terça-feira (10), que a reunião ministerial, em julho de 2022, não era para ser gravada nem divulgada. Nela, ele dividiu as preocupações com a corrida eleitoral e chegou a denunciar que ministros do STF estariam levando dinheiro nas eleições.

Bolsonaro chegou a ser questionado por Alexandre de Moraes sobre a insinuação de que os ministros estariam “levando U$S 50 milhões, U$S 30 milhões”. O ex-chefe do Planalto pediu desculpas, e reconheceu não ter indícios.

“Não tem indício nenhum, senhor ministro (Moraes). Tanto é que era uma reunião para não ser gravada, um desabafo, uma retórica que eu usei. Se fossem outros três ocupando, eu teria falado a mesma coisa. Então, me desculpe. Não tinha a intenção de acusar qualquer um dos senhores três de desvio de conduta”, explicou Bolsonaro, durante interrogatório, na tarde desta terça-feira (10), à Primeira Turma do STF.

Ainda no encontro de julho de 2022, o ex-presidente cobrou que os participantes fizessem “alguma coisa antes” das eleições daquele ano, ou seria tarde demais para impedir o que estava “pintado”, ou seja, uma vitória de Luiz Inácio Lula da Silva.

O ex-chefe do Palácio do Planalto pontuou, ainda, que a reunião era para ser reservada, e não divulgada.

O vídeo da reunião é parte dos elementos de um inquérito que investiga Bolsonaro e aliados sob acusação de tentativa de golpe de Estado e abolição violenta do Estado democrático de direito para mantê-lo no poder.

Bolsonaro salientou, ainda, que sempre respeitou ordens judiciais, seja na época em que era parlamentar, seja quanto era presidente. E que, “em nenhum momento, agiu fora da Constituição”.

Eu joguei dentro das quatro linhas o tempo todo. Muitas vezes, me revoltava, falava palavrão, me revoltava… Falava o que eu não devia falar. Fiz aquilo que tinha que ser feito”, completou.

O interrogatório de Bolsonaro começou por volta das 14h30. Ele é um dos oito réus investigados por supostamente tramarem um golpe de Estado no Brasil. O ex-presidente pertence ao núcleo 1, também chamado de núcleo crucial do caso, conforme denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR).

Vídeos barrados - Antes do interrogatório, Moraes negou um pedido de Bolsonaro para exibir vídeos durante a oitiva.

O pedido do ex-presidente havia sido registrado no sistema interno da Corte na manhã desta terça, enquanto era realizado o interrogatório do ex-comandante da Marinha almirante Almir Garnier.

Ao negar o pedido, Moraes alegou que “não é o momento adequado para apresentação de provas novas, ainda não juntadas aos autos e desconhecidas das partes”.

“Caso entenda conveniente, a Defesa deverá, nos termos do artigo 231 do Código de Processo Penal, juntar os citados documentos (“vídeos”) aos autos, para que as partes se manifestem e que, eventualmente, possam ter sua autenticidade comprovada (CPP, art. 232, p.u.)”, destacou o ministro.

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